segunda-feira, junho 29

Parque Ecológico


O Parque Ecológico do Município de Belém terá capacidade para receber cerca de 120 mil visitas por mês, segundo estimativas do diretor de controle ambiental da Semma, Cláudio Cunha. Ele se fundamenta no número de visitantes do Parque Zoobotânico Bosque Rodrigues Alves, cinco vezes menor que o parque ambiental criado em 1991 pela lei municipal nº 7.539. O Bosque recebe 30 mil visitas por mês, segundo Cunha. "É um desafio de todas as esferas de governo a implementação de áreas de proteção ambiental. Temos no Brasil muitas áreas desse tipo já criadas, mas poucas efetivamente implementadas. Da forma em que se encontra a área de proteção ambiental que temos no nosso município, o acesso pela população é impossível. Hoje, o parque não recebe nem mil visitantes por ano", diz ele.

O Parque Ecológico de Belém será inaugurado em condições estruturais de acesso, até maio do próximo ano, juntamente com o prolongamento da avenida Independência, obras previstas no projeto Ação Metrópole, desenvolvido pelo governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado de Projetos Estratégicos (Sepe). O objetivo é criar alternativas de acesso rápido e seguro entre o centro da capital e a região metropolitana, com ações de urbanização, gestão e integração, incluindo a perspectiva ambiental.

A licença ambiental para o prolongamento da avenida Independência foi expedida em janeiro deste ano e a Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semma) informou na semana passada que não havia sido notificada sobre nenhuma ponderação do Ministério Público a respeito da obra.

Localizado entre os conjuntos Médici e Bela Vista, o parque ecológico tem uma área de aproximadamente 44 hectares - o equivalente a cerca de 110 campos de futebol - e se divide entre os bairros de Val-de-Cans e Marambaia. É cortado em toda sua extensão pelo canal São Joaquim e abriga o igarapé do Burrinho. "Por falta de dotação orçamentária, o parque nunca foi estruturado para que nós, da cidade de Belém, possamos usufruí-lo. Essa estruturação é um ganho para todos", ressaltou o diretor da Semma, ao se referir às compensações dos impactos ambientais que não poderão ser mitigados pelo prolongamento da avenida Independência e que condicionaram a liberação da licença ambiental de instalação, prontamente atendidas no projeto. Dentre elas, ele destaca a construção dos muros do parque, de um Centro de Triagem de animais silvestres, trilhas ecológicas, Centro de Formação de Gestores Ambientais, Mirante de observação em três níveis (solo, meio do extrato florestal e acima da floresta) para produção de conhecimento que contribua ao gerenciamento da área, além de pórticos de entrada e saída e equipamentos de acessibilidade.

Cunha enfatiza que todo projeto provoca impactos ambientais; aqueles que não podem ser mitigados na obra devem ser compensados, de acordo com a legislação ambiental vigente. O prolongamento da avenida Independência representará um impacto ambiental em cerca de 8% da área, ou seja, menos de 4 hectares dos quase 44 hectares totais. "No
parque, hoje, temos uma área conservada e outra área degradada, em torno de 7 hectares. Para esta segunda, solicitamos ao governo do Estado a recuperação com espécies arbóreas, que estarão em sintonia com os equipamentos urbanos que já beneficiam a população, como o linhão da Eletronorte e o canal São Joaquim. Queremos que o parque exerça, efetivamente, a sua função socioambiental", disse ele.