quinta-feira, julho 30

Sedentarismo



Sedentarismo é doença

Falta de atividade física pode ser fatal

O sedentarismo como fator de risco secundário para doenças é estudado cientificamente desde 19560, mas somente em 1992 foi reconhecido como risco primário, ou a possível causa principal de doenças cardiovasculares e de mortes.

Em 2002, a OMS (Organização Mundial da Saúde) definiu o sedentarismo como uma doença em si. A definição foi baseada em diversos fatos. Primeiro, as evidências científicas de que o sedentarismo aumenta significativamente o risco de doenças crônicas não-transmissíveis, incluindo as doenças cardiovasculares, o diabetes, a obesidade e certos tipos de câncer.

Além disso, levou-se em conta que o sedentarismo é muito comum, tão ou mais prevalente quanto outros fatores de risco, como hábitos alimentares e tabagismo, e está crescendo no mundo todo.

Finalmente, há indicação de que os efeitos do sedentarismo na a saúde podem ser eliminados ou bastante minimizados com a prática moderada de atividades físicas simples, praticamente sem impacto econômico para os indivíduos e para a sociedade.

QUEM É SEDENTÁRIO

Embora a maioria das pessoas associe o sedentarismo à ausência de atividades esportivas, a medicina define como sedentária a pessoa que gasta poucas calorias por semana com atividades ocupacionais, que podem ser a faxina da casa, a ida a pé ao trabalho etc. O sedentário não consegue gastar o mínimo de 2.200 calorias por semana em atividades físicas.

Embora a realização de atividades físicas no dia a dia já represente uma melhora no quadro de sedentarismo, a OMS recomenda a realização de exercícios de intensidade moderada (como a caminhada vigorosa) durante 60 minutos por dia. Essa prática permite a manutenção de um peso saudável, previne a obesidade e traz maiores benefícios à saúde em geral.

COMBATENDO O SEDENTARISMO

Os primeiros passos para deixar de ser sedentário podem ser pequenas mudanças na rotina diária que incluam o trabalho físico na realização de atividades corriqueiras. Subir dois ou três andares de escada em vez de usar o elevador, ir a pé ao trabalho ou, se não for possível, estacionar o carro mais longe para fazer uma pequena caminhada são um bom começo. Parece pouco, mas estudos mostram que, mesmo que as atividades não sejam feitas de forma contínua, acumular pelo menos 30 minutos de trabalho físico por dia já tem efeito na qualidade de vida e na prevenção de doenças.

Para obter maiores benefícios à saúde, o ideal é começar a praticar exercícios de intensidade moderada durante 40 a 60 minutos, de três a cinco vezes por semana. Caminhar, correr, nadar ou jogar bola são bons exemplos desse tipo de atividade. O mais importante é encontrar uma atividade que seja feita com prazer. Se o exercício é visto apenas como uma obrigação penosa, será difícil manter a constância na atividade, e isso é fundamental para que os benefícios sejam obtidos.

CUIDADOS

É recomendável procurar o médico para iniciar uma atividade física regular se a pessoa leva uma vida sedentária há muito tempo. No caso de cardiopatas, diabéticos, hipertensos e portadores de doenças vasculares, é fundamental procurar o especialista e fazer os exames indicados.

Para esses indivíduos, o exercício físico é importante e considerado parte do tratamento, mas ele deve ser iniciado com supervisão e com controle médico.

Iara Biderman